A BR-230, popularmente conhecida como a Rodovia Transamazônica, é uma das mais icônicas e controversas vias do Brasil. Com uma extensão total planejada de 5.660 km, dos quais 4.260 km foram efetivamente construídos, essa estrada atravessa a vasta floresta amazônica, ligando o país de leste a oeste. Sua construção, iniciada no final dos anos 1960 e estendida até a metade dos anos 1970, é um marco na história do Brasil, embora nunca tenha sido totalmente concluída. Neste artigo, exploramos a fascinante história da Transamazônica e algumas curiosidades sobre essa estrada que conecta o Amazonas à Paraíba.

A história da Transamazônica
A Transamazônica foi planejada como parte de um ambicioso projeto do governo militar para integrar melhor a região Norte do Brasil com o restante do país. A ideia era criar um corredor de transporte que facilitasse o desenvolvimento econômico e social de áreas até então isoladas, além de promover a ocupação da Amazônia, uma região considerada estratégica em termos geopolíticos.
A construção da rodovia começou oficialmente no final dos anos 1960, e a estrada foi inaugurada em 27 de setembro de 1972, com uma cerimônia grandiosa no meio da floresta amazônica, conduzida pelo então presidente da República, general Emílio Garrastazu Médici. A inauguração foi um marco do regime militar, que via na Transamazônica uma solução para vários problemas do Brasil, como a seca no Nordeste e a necessidade de expansão agrária.
No entanto, a grandiosidade do projeto logo esbarrou na realidade do terreno e das condições climáticas. O plano inicial era que a estrada tivesse 8.000 km de extensão e ligasse o Brasil ao Peru e ao Equador, mas apenas parte desse plano foi concretizado. Atualmente, a rodovia possui 4.233 km que vão de Cabedelo, na Paraíba, até Lábrea, no Amazonas, sendo que cerca de 1.577 km ainda são de terra batida, o que torna a estrada praticamente intransitável durante a temporada de chuvas.
Curiosidades sobre a Transamazônica
- A terceira rodovia mais longa do Brasil
- Com seus 4.233 km construídos, a Transamazônica é a terceira rodovia mais longa do Brasil, perdendo apenas para a BR-101 e a BR-116. Ela atravessa sete estados brasileiros: Paraíba, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas, conectando o litoral nordestino ao coração da Amazônia.
- Impactos ambientais
- A construção da Transamazônica teve um impacto ambiental significativo, resultando em desmatamento em larga escala, perda de biodiversidade e invasão de terras indígenas. Essas questões ainda são motivo de controvérsia e debate, especialmente no contexto atual de preservação ambiental e direitos dos povos indígenas.
- O “Pau do Presidente”
- Durante a inauguração da estrada, uma enorme castanheira foi derrubada e o tronco remanescente foi apelidado de “Pau do Presidente”. Esse tronco se tornou um símbolo da estrada e ainda pode ser encontrado em Altamira, no Pará.
- Colonização e desenvolvimento
- Um dos objetivos da Transamazônica era atrair colonos para a Amazônia, promovendo a ocupação da região com o slogan “terras sem homens para homens sem-terra”. No entanto, o projeto não alcançou o sucesso esperado, e muitos dos colonos enfrentaram dificuldades extremas, desde doenças como a malária até a falta de infraestrutura básica.
- Desafios de manutenção
- Mesmo décadas após sua inauguração, a Transamazônica ainda enfrenta sérios problemas de manutenção. Muitos trechos permanecem sem pavimentação, e as chuvas constantes na região amazônica fazem com que a estrada se torne intransitável em diversos pontos durante o ano, dificultando o transporte de mercadorias e o deslocamento de pessoas.
- A rodovia e o garimpo
- A Transamazônica também está ligada à história do garimpo na Amazônia. Durante os anos 1980 e 1990, a estrada serviu como rota para garimpeiros que buscavam ouro e outros minerais preciosos na floresta, o que contribuiu para a degradação ambiental e conflitos com comunidades indígenas.
A aventura do off-road na Transamazônica
A Transamazônica, com seus longos trechos de terra batida e condições extremas, tornou-se um destino desejado pelos entusiastas do off-road, que buscam aventura e desafios em meio à natureza selvagem. Pilotos de veículos 4×4, motociclistas e ciclistas off-road encontram na BR-230 um cenário perfeito para testar suas habilidades, explorar áreas remotas e viver experiências únicas. Aqui estão alguns dos benefícios e atrativos do off-road na Transamazônica:
- Conexão com a natureza
- Percorrer a Transamazônica de forma off-road oferece uma oportunidade singular de se conectar com a exuberância da Amazônia. A viagem permite que os aventureiros contemplem paisagens intocadas, rios imponentes e uma fauna e flora ricas, que dificilmente seriam acessíveis por outros meios.
- Desafios e superação
- A estrada apresenta inúmeros desafios, como lamaçais, travessias de rios sem pontes e trechos íngremes. Para os praticantes de off-road, esses obstáculos representam oportunidades para superar limites, testar a resistência de seus veículos e fortalecer o espírito de equipe.
- Exploração de culturas locais
- O off-road na Transamazônica também proporciona o encontro com comunidades locais, incluindo povos indígenas e ribeirinhos, que vivem ao longo da rodovia. Essa interação enriquece a experiência dos viajantes, que têm a chance de conhecer tradições, costumes e modos de vida que resistem ao tempo.
- Turismo de aventura
- A Transamazônica está se consolidando como um destino de turismo de aventura, atraindo não só brasileiros, mas também estrangeiros que buscam uma experiência autêntica e desafiadora. Esse movimento tem potencial para contribuir com o desenvolvimento econômico local, por meio do incentivo ao ecoturismo e à preservação do meio ambiente.
A situação atual da Transamazônica
Hoje, a Transamazônica é uma mistura de trechos pavimentados e estradas de terra, com muitos desafios ainda por resolver. O governo brasileiro continua a investir em melhorias na rodovia, como a pavimentação de novos trechos e a construção de pontes mais seguras, mas os problemas estruturais e ambientais permanecem. Além disso, a estrada continua a ser usada como rota para atividades ilegais, como contrabando, o que agrava ainda mais a situação de insegurança em algumas áreas.
Apesar de todos os seus desafios, a Transamazônica continua a ser uma via crucial para a integração do Brasil, permitindo o escoamento da produção agrícola e o acesso a regiões remotas. No entanto, sua história complexa e os impactos sociais e ambientais que ela trouxe ainda geram debates e controvérsias que ecoam até os dias de hoje.
A Transamazônica é um símbolo dos desafios e das ambições do Brasil em relação à Amazônia. Sua história é marcada por grandes expectativas, desafios técnicos e impactos profundos no meio ambiente e nas comunidades locais. Conhecer a história da BR-230 é essencial para entender a infraestrutura do Brasil e as complexidades envolvidas no desenvolvimento de uma região tão vasta e rica em recursos naturais.
E uma vergonha Nacional uma estrada tão importante, depois de 40 anos ainda não estar concluída. Apesar de ter gasto muito dinheiro público.
Na época da construção dessa importante rodovia eu era criança e morava com meus pais no município de Itupiranga no KM 54 numa chamada Rainha em homenagem um igarapé de mesmo nome, a referida rodovia cortou ao meio as terras que pertencia a meu e com isso fomo retirados, pois de acordo com argumentos da equipe do governo época juntamente com a equipe do Instituto Nacional de Colonização e Reforma AGRÁRIA INCRA Aquelas terras pertencia a UNIÃO e não ao meu e seria objeto de reforma agrária, e considerando as inúmeras desinformações que ocorria nas pessoas que vivia eternamente isoladas dos resto do país, meu pai por falta de conhecimentos não teve o que argumentar, simplesmente desocupou a terra e fomos morar nas periferias da cidade de Itupiranga sem direitos a nada. Sonhos que foram roubados pelas injustiças que assolam o pais desde os tempos mais remotos até os dias atuais. E hoje moro em Anapu ainda continuo na mesma estrada onde meus pais me deixaram quando DEUS os levou. Sou Professor Formado em Pedagogia Pela Universidade Luterana do Brasil, especializado em Educação, orientação, gestão e supervisão escolar trabalho à 55 anos em sala de aula e me encontro graças ao meu DEUS em processo de aposentadoria. Mesmo assim contudo que aconteceu c0om minha família sou um grande admirador do Primeiro modelo de colonização e reforma agrária bem como da construção dessa grande e linda rodovia.
Na época da construção dessa importante rodovia eu era criança e morava com meus pais no município de Itupiranga no KM 52 numa gleba denominada Gleba Arraínha em homenagem ao igarapé de mesmo nome que banha a região.
A referida rodovia cortou ao meio as terras que pertencia ao meu pai e assim fomos retirados, pois de acordo com argumento alegado pelas equipes de órgãos do governo na época SUDAM e INCRA a referida área que meu pai tinha como dono tendo em vista a quantidade de anos que habitava ali, e segundo esclarecimentos dos referidos órgãos era da união e não pertencia nada ao meu pai, e cuja área seria objeto da reforma agrária. E considerando a falta de informação das famílias naquela época tendo em vista o analfabetismo e a desinformação era tamanha, minha família não teve si quer nenhum contra argumento diante dos assuntos ali discutidos e tivemos que desocupar abandonando um sonho, uma trajetória, bem como um trabalho que teve inicio na década de 1960 que se estendeu por mais ou menos dez anos em pleno exercício de atividades de agricultura de subsistência, nos plantios de arroz, milho, feijão, mandioca, etc. saindo sem as mínimas condições financeiras pois o que tínhamos estava edificado na região e como não fomos indenizados fomos morar em condições sub-humanas nas periferias da cidade de Itupiranga onde permanecemos por uma grande quantidade de anos e lá migramos para Anapu onde permaneço até os dias atuais. Haja vista que ao lembrar esse episódio consideramos um grande ato de injustiças com minha família um povo tão humilde que éramos e que somos. Mesmo assim sou grato pela construção dessa imensa e importante rodovia criada para fazer a integração da Amazônia as demais regiões do país, bem como ao primeiro e ultimo modelo de reforma agrária criada no Brasil através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA. Meus pais Deus os levou e hoje moro aqui com alguns dos meus irmãos, sou Professor formado em pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil e especializado em gestão orientação e supervisão escolar tenho 62 e dois anos de idade e 35 anos em pleno exercício do Magistério sala de aulas.