O Rally Dakar, conhecido como a prova mais extensa e desafiadora do automobilismo, empurra os limites humanos e mecânicos ao extremo.
Pilotos destemidos de todo o mundo já enfrentaram esta prova icônica em carros, motocicletas, caminhões e outros veículos potentes especialmente modificados para o evento. Porém, nem todos optaram por veículos convencionais.
Continue a leitura e saiba mais sobre o Raly.
O Raly Dakar
O termo “rallyraid” refere-se a uma forma de corrida de rali de longa distância, que é off-road e acontece ao longo de vários dias. O Rally Dakar destaca-se por seu percurso extenso e as condições de pilotagem extremamente difíceis, que muitas vezes incluem atravessar desertos, montanhas e outros terrenos difíceis.
Originalmente, o Rally Dakar era conhecido como Paris-Dakar, pois tradicionalmente começava em Paris, França, e terminava em Dakar, Senegal. A primeira edição aconteceu em 1978 e foi concebida por Thierry Sabine, após ele mesmo se perder no deserto da Líbia durante outro rali. Ele ficou impressionado com a paisagem e a aventura, o que o inspirou a criar um evento que atravessasse o Sahara.
No entanto, devido a preocupações de segurança e outros fatores, o percurso e os locais do Rally Dakar mudaram ao longo dos anos. Por um período, foi transferido para a América do Sul, passando por países como Argentina, Chile, Peru e Bolívia. Mais recentemente, a partir de 2020, o Rally Dakar mudou-se para a Arábia Saudita.
Os competidores podem participar em várias categorias, incluindo motos, carros, caminhões e quadriciclos. O Rally Dakar não é apenas um teste de habilidade de condução, mas também um desafio de resistência e um teste para a capacidade dos competidores de navegar em terrenos complexos. Além disso, é uma prova rigorosa para os veículos, pois as duras condições exigem que sejam extremamente resistentes e confiáveis.
Veículos inusitados que participaram do Rally
Apresentamos algumas equipes e pilotos que decidiram se aventurar no Rally Dakar com veículos que parecem mais adequados para uma corrida lúdica do que um rali árduo.
Vespa
Na edição de 1980 do Dakar, quatro aventureiros intrépidos enfrentaram o deserto do Saara em uma Vespa P200E. Surpreendentemente, dois dos pilotos, Marc Simonot e Bernard Tcherniavsky, conseguiram cruzar a linha de chegada em Dakar, capital do Senegal, embora depois do fim oficial do rali.
Pit Bike
Inspirado pelos pilotos da Vespa, em 2009, o tcheco Ivo Kastan entrou no Dakar com uma motocicleta construída com peças de uma Honda XL 200. A moto, equipada com um motor de 146 cc e rodas de 14 polegadas, pesava apenas 180 kg, incluindo Kastan. Ele não conseguiu completar o rali, mas concluiu várias etapas.
Titan
Em 2015, o Titan chamou a atenção como um dos carros experimentais mais intrigantes a competir no Dakar. Criado por Emilio Radaelli, chefe da Audi Sport Italia, e Michele Cinotto, veterano do rali, o carro estava equipado com um potente motor Audi 3.0 V6 TDI biturbo. Infelizmente, problemas elétricos impediram que o Titan avançasse além da primeira etapa.
Renault 4
Na edição inaugural do Dakar em 1979, os irmãos Claude e Bernard Marreau alcançaram sucesso notável ao terminar em quinto lugar no geral com um modesto Renault 4. Impressionantemente, conseguiram um desempenho consistente em todas as categorias nos primeiros dias de competição. Retornaram no ano seguinte e obtiveram um terceiro lugar.
Fiat Campagnola
Em 1979, sete pilotos entraram na corrida com um Fiat Campagnola. Quatro deles quase completaram a corrida, parando a apenas 30 km do fim. Cesare Giraudo e Antonio Cavalieri se destacaram ao vencer uma etapa e terminar em terceiro na categoria de carros e sétimo no geral.
Rolls Royce
Em 1981, Thierry De Montcorgé aceitou uma aposta de amigos e entrou no Dakar com seu luxuoso Rolls-Royce Corniche. O carro foi modificado para lidar com o deserto, incluindo um chassi especial e um sistema 4×4 de uma picape Toyota. Ele foi desclassificado por fazer reparos não permitidos enquanto estava em 13º lugar.
Sobre o último Rally
O Rally Dakar de 2023 terminou com a Toyota dominando a competição. O piloto Nasser Al-Attiyah, nascido em Doha, no Catar, e seu co-piloto francês Mathieu Baumel conseguiram a vitória pela segunda vez consecutiva com um Toyota Hilux. Esta foi a quinta vitória de Al-Attiyah no Rally Dakar e a terceira na qual ele estava dirigindo um Toyota Hilux Dakar.
A Toyota teve um desempenho excepcionalmente forte na competição, com cinco dos dez primeiros veículos classificados sendo Hilux. Notavelmente, o brasileiro Lucas Moraes e seu co-piloto alemão Timo Gottschalk alcançaram a terceira colocação com seu Toyota Hilux, marcando a melhor performance de um piloto brasileiro no Rally Dakar.
O piloto francês Sébastien Loeb, juntamente com o co-piloto belga Fabian Lurquin, foi uma das poucas ameaças à dominância da Toyota. Pilotando um Prodrive Hunter equipado com um motor Ford EcoBoost V-6 de 3,5 litros, Loeb conseguiu vencer seis etapas consecutivas, estabelecendo um recorde na história do Dakar. No entanto, ele não conseguiu superar o tempo total de Al-Attiyah e terminou em segundo lugar.
Carlos Sainz, um veterano e multicampeão de ralis, era um dos favoritos para disputar a vitória, mas sofreu um acidente com seu Audi durante a fase final da competição e teve que abandonar. Ele teve fraturas em duas vértebras, mas os médicos confirmaram que as fraturas são estáveis e não requerem cirurgia.
Em resumo, o Rally Dakar de 2023 foi dominado pela Toyota, com o piloto catari Nasser Al-Attiyah e o co-piloto francês Mathieu Baumel levando o primeiro lugar. O piloto brasileiro Lucas Moraes também fez história com uma impressionante terceira colocação, dirigindo também um Toyota Hilux.
